468x60 Ads

sábado, 12 de novembro de 2011

Amor e Risco: a mistura que move o jornalista

Por Diego Cativo 

Uma das profissões mais amplas e cobiçadas do mundo é a de jornalista. A Organização das Nações Unidas (ONU) chega a afirmar que exercer essa profissão é um risco a própria vida. No ano passado, 44 profissionais foram mortos, totalizando 500 assassinatos nos últimos 10 anos.

Para o coordenador de Comunicação e Informação das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) no Brasil e pesquisador da área de mídia, Guilherme Canela,  é necessário instituir ações mundiais que garantam a segurança para os profissionais de imprensa poderem trabalhar, já que devido ao grande número de editorias que um determinado jornalista cobre, acaba por aumentar os riscos do mesmo.

Um caso de violência  conhecido entre a área de Comunicação é do jornalista da TV Globo, Tim Lopes. No dia 2 de junho de 2002, ele foi assassinado na favela da Vila Cruzeiro enquanto fazia uma reportagem investigativa. Tim havia recebido uma denúncia dos moradores da favela, sobre bailes patrocinados por traficantes, com direito à exploração sexual de jovens e o consumo de drogas. O jornalista acabou sendo espancado e torturado, seu corpo esquartejado e queimado.

O que temos visto em Manaus não é muito diferente. No dia 15 de maio de 2009, jornalistas, professores e alunos foram às ruas de Manaus para protestar conta a violência. O manifesto foi após o jornalista e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Gilson Monteiro, sofrer agressões dentro da sala de aula.

Em entrevista com dois jornalistas, eles falaram um pouco de suas carreiras, e pasme você, vida de jornalista é dureza!

Francisca do Vale, jornalista há mais de 35 anos, nos contou um pouco de sua experiência. “Já participei de uma invasão na antiga Cidade das Palhas (hoje Alvorada), fiquei sob fogo cruzado da polícia contra os invasores. Quando estava grávida da minha primeira filha, quase perdi meu bebê em uma perseguição policial”, acrescentou.

Francisca relatou ter sido detida por fotografar casas de pessoas poderosas em Cuba. Além disso, perdeu amigos em conflitos com a polícia. Hoje Francisca é jornalista na assessoria do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª região em Manaus, e confessa que ser jornalista é sim arriscado, mas ama a sua profissão.

Outro que confessa ser apaixonado pelo que faz é Mario Bentes. O jornalista já recebeu 26 ameaças de morte. Ele é autor do blog “Idbentes”, onde exerce o que chamamos de jornalismo opinativo. Bentes afirma que Jornalismo é Profissão perigo para os que praticam de verdade e que quando o interesse pessoal supera os interesses daquele para quem o jornalista escreve, começa o fim do jornalismo.

Bentes tem 27 anos, e já ganhou vários prêmios por seus trabalhos. “Comecei a trabalhar no primeiro ano da faculdade, em 2006, em assessoria de comunicação. A diferença entre mim e a maioria dos meus colegas é que, por ser um pouco mais velho, já era mais “sambado” da vida. Antes, fui programador de computador (fazia sistemas comerciais e jogos), analista de sistemas e helpdesk (manutenção). E apanhei nos empregos da vida.”

Como é de conhecimento geral, falar de política, corrupção, drogas e temas polêmicos nunca é fácil, imaginem quando são citados nomes de pessoas renomadas, isso se torna perigoso tanto para o trabalho do jornalista, quanto para o veículo onde ele trabalha. Mas não é por isso que nos calaremos. As manifestações, os atos públicos são precisos.

Ser jornalista é transmitir o correto, muitos profissionais perderam suas vidas por simplesmente querer mostrar a verdade, e será que isso está errado? Na faculdade se aprende ética, e outras coisas que na prática isso é totalmente fora do comum. Jornalismo é transmitir o que os grandes querem esconder. Jornalismo é paixão e com uma pitada de risco, porque o que fala mais alto é o amor pela profissão e não o medo de se calar.


0 comentários:

Postar um comentário